SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

sábado, 12 de junho de 2010

A POESIA DOS NAMORADOS







POESIAS DE AURIBERTO CAVALCANTE PARA O DIA DOS NAMORADOS



AVES DE ARRIBAÇÃO


Quero viver ao teu lado
sem lua de mel
sem grinalda
sem véu
sem padre
sem firma reconhecida em cartório
nada de registro em papel
quero viver ao teu lado
sem precisar do convencional-social
quero
te
amar
à minha maneira
à nossa maneira
e
a opinião
alheia
arquivaremos
no folclore
de uma
antiga
civilização
então fugiremos
feito
aves de arribação.


AURIBERTO CAVALCANTE
IN: " ANTOLOGIA 20 ANOS DE POESIA "
PÁG. 44 - 2002



EU, SONÂMBULO EM TEUS SONHOS


Queria conhecer
teus sonhos de princesa
de minina mimada
de mulher...
quem sabe
um dia eu entro neles
e viro tudo
de cabeça para baixo...


AURIBERTO CAVALCANTE
IN: " ANTOLOGIA 20 ANOS DE POESIA "
PÁG. 96 - 2002


GRAVIDEZ


UM toque íntimo de amor;
DOIS corpos unidos;
TRÊS almas ansiosas;
QUATRO braços amantes;
CINCO quilos nais gorda;
SEIS desejos incontroláveis;
SETE noites decisivas;
OITO horas regressivas;
NOVE meses, NOVA VIDA !

AURIBERTO CAVALCANTE
IN: " BERROS "
PÁG. 99 - 1999


MARCA NO PESCOÇO


Naquele momento
minha boca possuia
a tua
e eu podia
sentir
no hálito quente e sensual
todo desejo
que estavas sentindo
todos gemidos sufocados
tudo que não querias dizer...

Tu me beijavas
e deixavas
marcado meu pescoço
e em alvoroço
meu corpo...


AURIBERTO CAVALCANTE
IN: " BERROS "
PÁG. 110 - 1999



O PRESENTE DE TODO DIA


O que poderia te dar
no dia dos namorados ?
Se no dia-a-dia
te dou toda minha poesia ?


Se todos os dias
nos pertencem
e fazemos de cada um deles
felizes dias dos NAMORADOS.


E o presente ?!
Te dou a cada beijo
a cada abraço
a cada momento de felicidade...


AURIBERTO CAVALCANTE
IN: " BERROS "
PÁG. 111 - 1999




NADA MAIS


O meu corpo procurou o teu
e encontrou a porta aberta,
como se me esperasse...
e te amei.
Depois meu corpo cansado
procurou repouso no teu
e encontrou o leito ansiado,
perfeito.
Sonhei.
Acordei sozinho,
sem leito,
sem direito
ao corpo teu,
pois em casa
outro corpo
esperava pelo meu.


AURIBERTO CAVALCANTE
IN: " CEIA LITERÁRIA Nº 01 "
1982

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