SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

POESIA CEARENSE: SÉRGIO SEVERO

PAX



Querer a Paz!
Falar da Paz!
Buscar a Paz!

Mas,

Qual a paz que procuram?

A insuspeita paz das velhas fortalezas?
A monstruosa paz das grandes catedrais?
“Sumo Pontificie universale paxis”
A exigir submissão dos crentes?
Qual a paz que procuram?
A soturna paz dos cemitérios?
O !”Réquiem in pacem” eternal?
Ou o “Si vis pacem para bellum”
Pax Romana, tirana, temporal?
Que tal a paz dos pacificadores
Que hoje nasce do ventre das “B-2”
E desce, mansamente, sobre os homens
Purificados ao fogo do “Napalm”?
Seria a paz, tão cínica, cantada
No doce mau gosto da canção:
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer um Japão da paz?
Vulgarizaram a palavra paz
Rainha natalina dos dezembros
Soberana de todos os presentes
E sempre,
Deposta aos Janeiros.
A Paz não é lugar onde chegar
A Paz é um caminhar permanente
A Paz sobrevive, tão somente
Quando, alguém luta por ela.
Não faço a apologia do conflito
Nem tiro os méritos da Paz
Mas, se tem crédito a Verdade
De que vale a Paz sem Liberdade
Esta sim!
Maior que a própria Paz!


SÉRGIO SEVERO

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