SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

POESIA CEARENSE: STÊNIO FREITAS

IMAGEM:
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POEMAS DO POETA CHOCALHEIRO STÊNIO FREITAS




PONDERAÇÃO




Chegará o dia em não que faremos poesia com guerras,
não faremos poesia com crianças mortas
ou qualquer outra desgraça,
que hoje assedia o ser humano.

Nesse dia não haverão mortos na palestina,
homens-bomba.
terremotos
ou qualquer outro desastre ecológico,
porque haverá respeito as coisas de Deus
e Ele saberá nos recompensar.
Pois não e por deleite da morte
que os homens se entregam a esse ritual.
Quando isso acontece
é porque as diferenças levam ao ódio
e o ódio à insânia.

Hoje uma poesia pode ser feita com sangue,
com suor do operário,
uma lágrima,
mas chegará o dia
em que não existirá um só verso
que não seja feito com a mais pura água cristalina
a escorrer das fontes e nos campos.

Aí então,
entenderemos o verdadeiro sentido de existir
sem lamentações,
e a arte cumprirá seu real papel
que é sublimar a vida.


STÊNIO FREITAS







PARA EXPORTAÇÃO



Fomos um país de brancos.
Não tivemos negros nas senzalas,
nos porões de navios,
no açoite dos troncos,
pois não tivemos negros.

Somos um país de brancos.
não temos negros nas favelas,
nas mais sofríveis funções,
nas cadeias,
nas sarjetas,
pois não temos negros.

Seremos um país de brancos,
não teremos negros nas universidades,
nos doutorados,
nos bancos particulares,
numa moradia digna,
pois não teremos negros.



STÊNIO FREITAS

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