SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

domingo, 16 de outubro de 2011

30 ANOS DE POESIA



NADA MAIS




O meu corpo procurou o teu

e encontrou a porta aberta,

como se me esperasse...

e te amei.

Depois meu corpo cansado

procurou repouso no teu

e encontrou o leito ansiado,

perfeito.

Sonhei.

Acordei sozinho,

sem leito,

sem direito

ao corpo teu,

pois em casa

outro corpo

esperava pelo meu.




AURIBERTO CAVALCANTE







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SAINDO DO PORÃO





As algema enferrrujadas

Se quebrarão

As mordaças podres

Se rasgarão

Todas as vozes

Se erguirão

O povo

Sairá

Do

Porão.





AURIBERTO CAVALCANTE





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HEREDITARIEDADE



O feto bailava

No útero de ouro

Da mulher rica.



Outro feto

Jazia

No útero de fome

Da mulher pobre.





AURIBERTO CAVALCANTE





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PRISÃO





Nas mãos

Do agiota

Jaz um

Idiota.





AURIBERTO CAVALCANTE







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DECISÃO



Enquanto

no meu país

existir

fome

desemprego

homens sem terras

corrupção

exploração do homem

pelo homem

meu poema

será de combate

cada verso guerrilheiro

empunhará na consciência

do meu povo

o fuzil

da resistência

a bandeira da liberdade.





AURIBERTO CAVALCANTE






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                                       GRAVIDEZ





UM toque íntimo de amor;

DOIS corpos unidos;

TRÊS almas ansiosas;

QUATRO braços amantes;

CINCO quilos mais gorda;

                                                       SEIS desejos incontroláveis;

                                                       SETE noites decisivas;

                                                       OITO horas regressivas;

                                                       NOVE meses, NOVA VIDA.




AURIBERTO CAVALCANTE

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