SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

domingo, 29 de junho de 2014

" NO SOMBRIO CEMITÉRIO DA VERDADE "



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LEIA EXCELENTE COLUNA DO JORNALISTA FÁBIO CAMPOS


"No sombrio cemitério da verdade"

" A tática de Tasso foi espalhar que não seria candidato no Ceará. O objetivo é deixar os adversários trabalharem com a certeza de que o tucano não entraria na disputa local "

 


 


" Imperam os projetos de poder. É o resumo dos acontecimentos políticos. O aliado de todas as horas de ontem passa a ser o inimigo mortal de hoje. Um impressionante espetáculo do constrangimento. 

Arremedos de partidos. Lideranças personalistas que, de última hora, decidem a portas fechadas de acordo com suas necessidades.
Siglas aliadas que declaram apoio a um ou ao outro sem nem sequer conhecer a chapa que será lançada. Não há um programa de governo em discussão. Os apoios e alianças se dão em troca de quê? De linhas programáticas é que não é. Sobram os cargos, as benesses e o inconfessável.

É a busca do poder a um preço altíssimo. De norte a sul, as mercadorias partidárias são colocadas na prateleira. O problema é que quem coça os bolsos é o cidadão.
A racionalidade política e administrativa é solenemente jogada na lata do lixo. A cena política se mostra apodrecida, carcomida.


No fim das contas, um desrespeito ao cidadão. Da maneira como as coisas se evidenciam, não há futuro virtuoso. Não há sonho a sonhar. Com os partidos da boquinha, o pesadelo da politicagem barata e sem-vergonha tende a continuar dando as cartas.

No momento em que escrevo esse texto, por volta das 19 horas da noite de sexta-feira (27), não havia rigorosamente nenhuma chapa definida. Nem do governismo e nem das oposições. Isso, a dois dias das convenções. Porém, essas convenções não vão decidir absolutamente nada. Apenas referendar os conchavos emparedados.

Em um sistema político menos atrasado, razoável, racional as candidaturas e alianças costumam se construir ao longo do tempo de duração dos mandatos. Dentro do processo político, no dia a dia partidário, que reflete a conjuntura, surgem as naturais candidaturas.

Entre nós, não é assim. As candidaturas não são construídas, mas sim pinçadas do desejo pessoal de um ou de outros. Na última hora, pode haver reviravoltas. Um balcão aqui. Outro acolá. Segundos de TV são preciosos e esse mercado viceja e reluz como ouro.

Um imenso balaio de gatos que guarda relação somente com interesses que não são os mesmos do distinto público. Chegamos ao seguinte e impressionante ponto: de dentro de um presídio, um mensaleiro (Valdemar Costa Neto) emitiu uma ordem para seu partido se aliar a outro. E nem sequer apareceram as indignações. O cenário é sombrio.

Em curtíssimo espaço de tempo, o aliado e amigo de ontem passa a ser amaldiçoado como o “riquinho” lambanceiro que vai às compras. Ora, o “riquinho” já era riquinho quando deu os cinco minutos de seu partido a quem hoje desfere os ataques.

Mas, quem é mesmo que está ligando para coerências? A nossa política se transformou nesse fundo e escuro poço de hipocrisias, maledicências, espertezas. No fim das contas, é a mais absoluta falta de compromisso com a verdade. Aliás, a política é o cemitério da verdade."


FONTE:   JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/colunas/fabiocampos/2014/06/28/noticiasfabiocampos,3274040/no-sombrio-cemiterio-da-verdade.shtml

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